Mafalda Ribeiro

Biografia

Tem 35 anos de uma vida invulgar. Estudou jornalismo, mas foi técnica de comunicação numa empresa de ambiente. Não é jornalista na prática, mas é o gosto pelas letras que faz mover a sua cabeça, ainda que as pernas não lhe obedeçam. Convive com a doença rara congénita Osteogénese Imperfeita e desloca-se em cadeira de rodas desde sempre.

Publicou em 2008 o seu primeiro livro “Mafaldisses – Crónicas sobre rodas” (4ª edição) e voltará ao mercado editorial este ano. É autora, cronista e interventiva na área da exclusão social. Fez uma Certificação em Coaching Internacional e é oradora motivacional. É convidada para falar em público acerca da sua visão otimista da vida em empresas, hospitais, escolas, seminários e conferências.

É voluntária em projectos de solidariedade social, tem um olhar humanista e aguçado do mundo e por isso dá a cara e a voz pela inclusão e pela igualdade de oportunidades, sempre que lhe dão tempo de antena. Mafalda Ribeiro não vê limites diante das suas limitações. É uma mulher de palmo e meio, informada, atenta aos pormenores e grata por poder continuar a usufruir da viagem da vida. Celebra-a continuamente com um sorriso!

Resumo

Contra o queixume rodar, rodar!”

Pode pensar-se que o povo português é aquele que mais anda. É que quando se pergunta a alguém: “como estás?”, a resposta é quase sempre um “vai-se andando” ou “vai-se indo”, por vezes acompanhado de um ar cabisbaixo, como que conformado com o morno da vida. O que na verdade querem dizer é que enquanto “nada anda”, o melhor é ficar parado à espera “que a coisa mude”. E do alto da mudança que até desejam, preferem o queixume do dia-a-dia ao verdadeiro acto de mudar. Afinal, não são as pessoas que andam, mas sim os lamentos que dão grandes passeios a pé a partir das suas bocas.

E quem não anda? Não porque não quer, mas porque não pode… Usa a palavra “Obrigada” como o motor de arranque para tudo na vida, independentemente das circunstâncias. Insurge-se contra o queixume permanente porque acredita que não são as limitações exteriores, nem mesmo as que nos dizem ser nossas, que têm a capacidade de determinar os nossos limites.

O segredo para “rodar”, de uma forma agradecida, nos caminhos que a vida nos oferece é a conjugação diária de parar de reclamar de tudo e de nada e de não permitir que a certeza do quão amados somos arrefeça.

E quem não se levanta? Porque não quer, mas porque não pode… Usa o amor dos que empurram, levantam, incentivam, animam, constroem, nutrem e acrescentam motivos para a gratidão não ter limites.

Essa pessoa sou eu, que não sou aquilo que me falta e que nunca precisa de ir porque me levam sempre!

Por isso, experimentem perguntar-me “como és?” que a resposta será “Feliz”, por convicção. Responder ao “como estás?” já pressupõe emoções, mas nenhuma delas deverá ter o poder de controlar o meu andar sobre rodas.