Pedro Lima
Pedro Lima é professor no Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores do Instituto Superior Técnico (IST), onde se licenciou e concluiu também o Mestrado pré-Bolonha em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Doutorou-se em Electrical Engineering no Rensselaer Polytechnic Institute, Troy, New York, USA, em 1994. É investigador no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR/IST), onde coordena o grupo de Robôs e Sistemas Inteligentes.
É Trustee da RoboCup Federation, e foi organizador do RoboCup2004, realizado em Lisboa. Foi também presidente e membro fundador do Sociedade Portuguesa de Robótica, Delegado Nacional para os programas da UE e da ESA em Robótica Espacial e distinguido com uma Cátedra de Excelência na Universidad Carlos III de Madrid, Espanha, em 2010.
Tem tido grande atividade na promoção da investigação e desenvolvimento em Robótica através de competições internacionais e coordenou um dos dois projetos europeus pioneiros nessa área (RoCKIn) de 2013 a 2015, sendo também coordenador das competições da European Robotics League (projeto europeu) relativas a robôs domésticos de serviços, e membro do Technical Advisory Board da Mohamed Bin Zayed International Robotics Challenge (MBZIRC), que teve lugar nos Emirados Árabes Unidos em Março de 2017, estando prevista nova edição em 2019. Está frequentemente envolvido em atividades de promoção da Ciência e Tecnologia em Portugal, incluindo a organização do Festival Nacional de Robótica desde 2001 e projetos Ciência Viva.
Título: Competições de Robôs: Uma Escadaria de Oportunidades
Resumo: As competições de robôs tornaram-se importantes no meio académico da Robótica nos anos 90 do século passado. Inicialmente eram vistas como formas apelativas de atrair jovens para a Robótica e a Inteligência Artificial, depois como uma forma de educar jovens universitários na área, através da resolução de desafios complexos. Com o aparecimento do RoboCup (campeonato do mundo de futebol robótico), iniciativa internacional, e depois da DARPA Grand Challenge nos EUA, assistiu-se a uma explosão de competições por todo o mundo, incluindo mais recentemente na Europa, com a European Robotics League. As competições passaram a ser vistas como um incentivo muito forte ao desenvolvimento de investigação pioneira e visionária, bem como um meio de promover a transferência de tecnologia, a educação científica e tecnológica dos jovens de uma vasta gama de idades, e veículo poderoso de disseminação da Robótica junto dos cidadãos. Esta progressão resultou da subida de uma escada longa mas apaixonante, rumo a uma forma paralela de avaliação pelos pares do valor dos sistemas robóticos desenvolvidos para os mais diversos fins (e.g., jogos de futebol, aplicações domésticas, busca e salvamento, aplicações industriais).
Estou envolvido em competições de robôs, como participante e organizador, desde 1995. As competições têm sido a minha paixão como professor, cientista e cidadão. Falarei aqui das várias competições em que estive e estou envolvido, que representaram para mim a subida de vários degraus, de um nível inicial para outros níveis superiores, na minha abordagem à investigação em Robotica, bem como para os muitos estudantes e colegas que por elas passaram nestes mais de 20 anos.